Caminhões

Conheça os caminhões que podem ser dirigidos com a CNH B

Ideal para pequenos negócios e autônomos, os caminhões que podem ser dirigidos com a mesma CNH B de carros de passeio vêm ganhando mercado no Brasil. E existem mais opções do que você imagina

Foto | Montagem sobre fotos de divulgação

Por Eduardo Rodrigues

A Volkswagen inovou no Brasil quando lançou o Delivery Express, um caminhão leve baseado numa arquitetura de ¾ que pode ser dirigido com carteira de habilitação categoria B. Já existiam veículos de carga especializados com essa liberdade de poder usar a CNH B, mas o caminhão da VW trouxe a vantagem de oferecer um volume de carga maior e compartilhar componentes e rede de concessionários com a tradicional linha da marca. As outras opções do mercado são versões cabine-chassi de vans ou minicaminhões asiáticos, muito usados como VUC devido às medidas compactas.

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Esses veículos de carga são interessantes para trabalhadores autônomos ou donos de pequenos negócios que precisam transportar grandes volumes ou cargas pesadas que uma picape não daria conta de levar. Outra vantagem é que são dimensionados para o trabalho e nisso inclui manutenção mais simples e construção mais robusta. Aqui vamos listar as opções de caminhões que podem ser dirigidos com CNH B, tendo como referência os preços das versões de entrada.

Mercedes-Benz Sprinter Truck 314 CDI Street – R$ 197.915

Foto | Mercedes-Benz/Divulgação

O veículo mais novo da lista é também o mais caro, a nova geração da linha Sprinter estreou no Brasil em 2019 e traz as tecnologias mais recentes de segurança e comodidade para justificar o preço alto. A versão que pode ser dirigida com habilitação de automóveis é a 314 Street, a única com peso bruto total (PBT) de 3.500 kg na linha.

O motor OM 651 de 2,2 litros é uma atualização do motor usado na geração anterior e o motor agora produz 143 cv e 330 Nm. A transmissão é manual de seis marchas. A capacidade de carga do Sprinter Truck é dentro da média da categoria, 1.620 kg sem incluir o peso do implemento. Uma opção de chassi mais longo é oferecida.

De série o Sprinter Truck Street conta com vidros e espelho elétricos, alarme, travas elétricas com telecomando, faróis de neblina, ar condicionado, rádio AM/FM, direção com assistência elétrica e partida sem chave. O pacote de segurança é o destaque da linha Sprinter, de série já vem com airbag duplo, frenagem autônoma de emergência, controle de estabilidade, assistente de partida em rampa, assistente de fadiga, assistente de ventos laterais e freios a disco nas quatro rodas.

Volkswagen Delivery Express – R$ 194.322

Foto | Volkswagen/Divulgação

O fato de ser derivado de um caminhão ¾ não ajuda o Delivery Express da Volkswagen quando comparado com os caminhões menores. O preço de entrada é alto e a capacidade de carga é a menor da lista. O trunfo do Delivery fica no volume maior de carga e na mecânica superdimensionada que trabalha com folga com o PBT de 3.500 kg.

A nova linha Delivery traz algumas inovações para os caminhões que deixa ela mais próxima das versões cabine-chassi de vans, sendo a suspensão dianteira independente o destaque. O motor é o Cummins ISF 2.8 compartilhado com os irmãos maiores, mas programado para produzir 150 cv e 360 Nm, passando para o chão por uma transmissão manual de seis marchas. A capacidade de carga sem incluir o implemento fica em apenas 1.398 kg, o suficiente para atingir o PBT máximo da categoria B.

O Delivery Express é oferecido em três pacotes de equipamentos, no básico usado como referência para a lista vem com airbags duplos, ABS com EBD, volante com regulagem de altura e profundidade, direção hidráulica e ar quente. Os pacotes de opcionais acrescentam mais itens de comodidade como vidros elétricos, ar condicionado e banco pneumático. A Volkswagen oferece implemento instalado de fábrica, feito pela tradicional Randon e já com câmera de ré instalada. Mas todos esses itens acrescentam no já salgado preço do Delivery Express.

Iveco Daily City 30-130 – R$ 168.875

Foto | IVECO/Divulgação

A linha Daily da Iveco foi atualizada no início de 2020 com estilo alinhado com a Europa, mas não se trata de uma geração nova como a Sprinter. Nessa atualização o Daily ganhou equipamentos para atrair consumidores e também veio o modelo City 30-130, com PBT de 3.500 kg. Diferenciando do resto da linha Daily chassi o City conta com motor menos potente, rodagem simples no eixo traseiro e a capacidade reduzida.

O trem de força é composto pelo mesmo motor FPT F1 2.3 turbodiesel utilizado na Fiat Ducato e transmissão manual ZF de seis velocidades, porém na Daily o motor é montado longitudinalmente e manda a força para as rodas traseiras. A potência é de 130 cv e o torque é de 320 nm, uma versão de 146 cv é oferecida no Daily 35-150 que também pode ser dirigida com CNH B. O Daily conta com o botão “EcoSwitch” que promete reduzir o consumo. O modelo City é oferecido apenas com entre-eixos de 3,75 m e a capacidade de carga é de 1.740 kg sem contar com o peso do implemento.

Uma semelhança com o Sprinter é vir de série com todos os equipamentos de segurança da marca: airbag duplo, freios com ABS, EBD e controle adaptativo de carga, detecção de fading nos freios, controle eletrônico de estabilidade com auxílio para reboque, sistema anti-capotamento, assistente de partida em rampas e aumento da pressão dos freios em frenagens de emergência. Para o conforto do motorista o Daily City conta com direção hidráulica, cruise control, vidros, travas e retrovisores elétricos, computador de bordo, luzes diurnas e predisposição para rádio. O Rádio, a central multimídia com comandos no volante e o ar condicionado são os únicos opcionais.

Fiat Ducato Chassi – R$ 167.990

Foto | Fiat/Divulgação

O Fiat Ducato Chassi junto do Renault Master são os únicos veículos de tração dianteira nessa categoria. Essa configuração traz como vantagem um chassi mais baixo e menores perdas mecânicas, o que traduz em consumo menor. Em contrapartida não lidam bem com ladeiras de baixa aderência e tem manutenção considerada mais complicada. A linha Ducato vem importada do México.

O conjunto mecânico que fica montado transversalmente no cofre do Ducato é o motor FPT F1 de 130 cv e 320 nm, acompanhado da transmissão manual de seis velocidades. A versão cabine-chassi vem em configuração única, com entre-eixos de 4,03 m e capacidade de carga de 1.590 kg sem contar com o peso do implemento.

O pacote de equipamentos de série fica dentro da média dos concorrentes europeus: chave canivete com telecomando para abertura da porta, banco do motorista com regulagem lombar, ar quente, direção hidráulica, vidros e espelhos elétricos, travas elétricas com acionamento automático a 20 km/h, predisposição para som, faróis de neblina e computador de bordo. Em segurança a Ducato também se mantém na média, com airbags duplos, ABS com EBD, controle de estabilidade e assistente de partida em rampa. A Fiat oferece um único pacote de opcionais que acrescente ar condicionado e alarme.

Renault Master Chassi – R$ 146.390

Foto | Renault/Divulgação

O Master é o mais vendido da lista, mas os dados de vendas incluem as versões van e chassi dele e dos concorrentes. Nessa configuração chassi o Master oferece o mesmo conjunto das versões fechadas e conta com uma configuração única de chassi e mecânica. A tração é dianteira, assim como no rival Ducato.

Sob o capô vem o motor 2.3 turbodiesel da própria Renault, com 130 cv e 310 nm, e o cambio é manual de seis marchas. A capacidade de carga do Master é a maior dentre os europeus, com 1.760 kg sem contar com o peso do implemento, ficando atrás apenas dos caminhões coreanos.

No nível de equipamentos o Master também é parecido com o Ducato: direção hidráulica, ar quente, vidros e retrovisores elétricos, travas elétricas com acionamento automático a 6 km/h e um exclusivo sistema de aviso de troca do óleo adaptativo, que identifica o uso do veículo para determinar quando recomendar a troca. Em segurança ele oferece o básico: airbag duplo, ABS com EBD e repetidores do pisca no retrovisor. No único pacote de opcionais são acrescentados ar-condicionado, rádio com MP3 e bluetooth, comando satélite do som, computador de bordo, tampa porta-laptop e faróis de neblina. Itens como controle de estabilidade e assistente de partida em rampa não são oferecidos.

Foton Minitruck 3.5-11 DT – R$ 137.900

Foto | Foton/Divulgação – Foton Minitruck 3.5-11 DT pode ser dirigido por habilitados com CNH B

A Foton vem investindo pesado no mercado brasileiro de caminhões e expandindo sua rede de concessionários. O ponto de entrada para a marca é o caminhãozinho Minitruck 3.5-11 DT, que é o único da lista com rodado duplo no eixo traseiro. Diferente do outro chinês da lista, o Jac V260, o Foton Minitruck é produzido no Brasil.

A Foton busca seu espaço no mercado de caminhões usando fornecedores tradicionais para atrair os clientes. O motor é o mesmo Cummins ISF 2.8 utilizado pela Volkswagen, acertado para produzir 110 cv e 280 nm. Já a transmissão é da ZF, manual e a única de cinco velocidades da categoria. Por já ser pesado por conta da construção mais robusta, a capacidade de carga legal sem o peso do implemento fica em 1.590 kg para ficar dentro do PBT de 3,5 toneladas. Mas a capacidade de carga técnica do Minitruck é de 2.100 kg.

Além de usar fornecedores tradicionais, o caminhão Foton vem bem recheado de itens de conforto de série: ar-condicionado, vidros e travas elétricas, rádio com MP3 e entrada USB, sensor de ré e acelerador manual eletrônico. Em segurança o Mintruck vem apenas com o básico, airbag duplo, ABS e farol de neblina. Ele também conta de fábrica com um defletor de ar no teto, que ajuda na aerodinâmica e ajuda no consumo caso seja equipado com um baú alto.

Hyundai HR – R$ 124.400

Foto | Hyundai/Divulgação

O Hyundai HR e o Kia Bongo são irmãos gêmeos de projeto e bastante populares no Brasil. Mas aqui são vendidos e fabricados por representantes rivais, por isso possuem preços diferentes e algumas diferenças mínimas. Tornando a escolha entre um e outro mais por conveniência ou pela melhor oferta. O Hyundai HR é feito na fábrica de Anápolis (GO) do grupo CAOA enquanto o Kia Bongo é feito no Uruguai na fábrica da Nordex.

A mecânica é igual em ambos, o motor 2.5 turbodiesel é do próprio grupo Hyundai e produz 130 cv e 255 nm. A transmissão é manual de seis velocidades. A capacidade de carga é de 1.800 kg sem contar o peso do implemento. Na cabine tem espaço para o motorista e um passageiro, sendo o único da lista que não oferece espaço para três ocupantes.

A versão de entrada, chamada de DA10A, vem equipada com vidros elétricos, ventilação forçada, direção hidráulica, bancos de tecido e preparação para rádio. Ar-condicionado, volante dom regulagem de altura e o som com MP3, USB e bluetooth fazem parte da versão DA12A. Os itens de segurança são poucos: faróis de neblina, airbag duplo, ABS e válvula sensível a carga para regulagem da pressão do freio.

Kia Bongo – R$ 122.990

Foto | Kia/Divulgação – Kia Bongo pode ser dirigido por motores que tenham CNH B

O Kia Bongo chega com a vantagem do preço de entrada levemente menor quando comparado com o irmão Hyundai HR. O utilitário fabricado no Uruguai também traz de diferente os bancos forrados em vinil, mais durável e fácil de limpar que o de tecido do HR, mas se aquecem demais quando exposto ao sol. Uma vantagem indiscutível do Bongo é poder levar três ocupantes na cabine.

A mecânica é a mesma do Hyundai HR, a Kia divulga que o motor 2.5 turbodiesel produz 130,5 cv para ter uma vantagem na ficha técnica. O torque divulgado é o mesmo valor de 255 nm. A transmissão manual de seis velocidades possui as mesmas relações de marcha, sendo a relação final do diferencial um pouco mais curta no Bongo: 4,444 contra 4,272 do HR. A capacidade de carga no Kia Bongo também é levemente maior, com valor divulgado pelo fabricante de 1.812 kg sem o peso do implemento. Essa é a maior capacidade de carga da categoria inclusive.

A lista de equipamentos de série é praticamente igual a do irmão, contando com chave tipo canivete com abertura por telecomando, console embutido no encosto do assento central e os bancos forrados em vinil como diferenciais do Kia Bongo. Há ainda uma versão mais equipada que acrescenta apenas o ar condicionado. O sistema de som não é oferecido pelo fabricante e a regulagem do volante não é citada no material oficial. Nos itens de segurança o Kia Bongo é igual ao Hyundai HR.

Jac V260 – R$121.990

Foto | JAC/Divulgação

A Jac Motors fez sua primeira incursão no mercado de veículos comerciais com o caminhão T140 em 2012. Mas o caminhão ¾ teve uma vida curta pois as mudanças nas regras de importação tornavam inviável a vinda de um caminhão importado. Em 2017 a Jac optou por importar um utilitário menor, o V260, e competir na categoria de veículos de carga abaixo de 3,5 toneladas de PBT e assim poderem ser guiados por condutores que tenham CNH B.

O V260 tem um estilo que lembra a dupla coreana Bongo e HR, se diferenciando pelos faróis retangulares e as calotas. O motor 2.0 turbodiesel é feito pela JAC-Navistar e produz apenas 103 cv. O torque é de 260 nm, próximo ao da dupla coreana. A transmissão é manual de seis marchas. A capacidade de carga de 1.510 kg é superior apenas a do mais pesado Volkswagen Delivery Express.

Seguindo a linha da compatriota Foton, a Jac capricha nos itens de conforto para atrair os consumidores. De série vem com ar condicionado, sistema de cd-player com entrada USB, vidros elétricos, travas elétricas com acionamento automático a 15 km/h e uma câmera que filma o trajeto que pode ser usada no registro de ocorrências ou para monitorar o motorista. O pacote de segurança, entretanto, é composto apenas pelos obrigatórios airbags duplo e ABS, trazendo a mais a luz traseira de neblina. O Jac V260 não oferece opcionais.

Redação

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