Com as picapes médias cabines dupla cada vez mais populares e luxuosas, os modelos de cabine simples se tornaram ferramentas de trabalho
Por Eduardo Rodrigues
Especial para o Autos Pesados
Por muitos anos cabine simples era o padrão nas caminhonetes brasileiras, com as cabines duplas sendo feitas por empresas independentes ou em versões de baixo volume pelos fabricantes. Nos anos 90 com a chegada das picapes médias a cabine dupla se tornou mais popular entre os consumidores, que também usavam suas picapes como carro de passeio. Hoje em dia a cabine dupla virou norma, até as caminhonetes pequenas como a Fiat Strada estão oferecendo essa configuração.
VEJA TAMBÉM:
CONFIRA OS CAMINHÕES 3/4 MAIS BARATOS DO BRASIL
Hoje as picapes médias com cabine simples viraram raridade, algumas marcas nem oferecem mais essa configuração. Apenas quatro modelos com essa opção restaram no mercado, todas com motor diesel, tração 4×4, câmbio manual e nível de acabamento simples voltado para o trabalho. Modelos voltados para o lazer como a Ranger Sport e versões com motores flex como a S10 2.4 não figuram mais no mercado há pelo menos cinco anos.
Chevrolet S10 LS Cabine Simples 4×4 – R$ 183.720
A caminhonete média de cabine simples mais cara do Brasil é também é com o maior torque: são 51 kgfm produzidos pelo motor 2.8 turbo diesel. A potência fica próxima da líder Hilux, são 200 cv. A transmissão é manual de seis marchas. Outro quesito que coloca a S10 próxima da Hilux é sua caçamba feita para o trabalho pesado, com ganchos de amarração aparentes nas laterais externas, as trancas duplas na tampa, um protetor do vigia traseiro integrado e o desenho que não acompanha as linhas da cabine como as irmãs de cabine dupla.
Mas ser voltada para o trabalho não faz da S10 LS espartana, a picape da Chevrolet vem bem equipada para justificar o preço alto. O destaque é na segurança, vem de série com seis airbags (dianteiros, laterais e de cortina), controle de tração e estabilidade, monitor de pressão dos pneus com alerta de pressão baixa, lanterna de neblina, assistente de partida em rampa e controle de velocidade em declive.
O trabalhador que usar a S10 cabine simples contará com direção com assistência elétrica, rádio AM/FM com Bluetooth e duas entradas USB, ar condicionado, vidros elétricos, travas elétricas, bancos forrados em tecido e computador de bordo. A caminhonete não oferece opcionais
Para ajudar nos terrenos difíceis a picape conta com diferencial traseiro de deslizamento limitado e tração 4×4 com reduzida. A capacidade de carga da S10 é a segunda melhor da categoria, com 1.200 kg de capacidade. Segundo o Inmetro o consumo urbano da S10 LS é de 8,8 km/l e o rodoviário é de 10,4 km/l, médias que não se destacam na categoria tanto positivamente quanto negativamente.
Toyota Hilux Hilux Standard Cabine Simples 4×4 – R$ 182.290
A Hilux é a campeã de vendas dentre as picapes médias por sua fama de robusta e os modelos topo de linha viraram uma visão comum nas cidades brasileiras, quase um símbolo de status. Porém no modelo Standard a imagem passada é de simplicidade com suas rodas de aço estampado e para-choque dianteiro sem pintura. A Hilux cabine simples acompanhou as mudanças da linha 2022 apenas na mecânica e equipamentos, por fora o estilo de 2016 foi mantido.
O motor 2.8 turbo diesel atualizado na linha 2021 agora produz 204 cv, o torque nas Hilux equipadas com câmbio manual se mantém em 42,8 kgfm como no modelo anterior. O câmbio é manual de seis marchas e a tração é 4×4 com reduzida, contando com bloqueio no diferencial traseiro com acionamento elétrico. As médias de consumo da Hilux segundo o Inmetro são animadoras: 9,3 km/l no ciclo urbano e 11,2 km/l no ciclo rodoviário, fazendo dela a mais econômica na estrada segundo os dados do instituto. A capacidade é a mais baixa da categoria e bem distante do valor das rivais, apenas 1.005 kg.
Apesar da aparência simples, a Toyota reforçou a segurança da Hilux Standard. Ela vem de série com airbags dianteiros e de joelho para o motorista, controle de estabilidade e tração, assistente para partida em rampa e luz de condução diurna. Porém nos itens de conforto a simplicidade do exterior é repetida: de série vem com bancos forrados em vinil com encosto de cabeça integrado, ar condicionado, direção hidráulica, temporizador dos faróis e o tradicional relógio digital da Toyota. Os vidros e as travas das portas possuem acionamento manual e a picape vem sem sistema de som.
Ford Ranger XL Cabine Simples 2.2 Diesel 4×4 – R$ 166.790
Apesar de ter encerrado a produção de carros de passeio de grande volume no Brasil, a Ford parece não querer abandonar o mercado de picapes médias. A Ranger cabine simples deixou de ser ofertada no Brasil em 2016 e retornou na linha 2019, apenas na versão XL com o motor 2.2 turbo diesel de 160 cv e 39,3 kgfm e câmbio manual de seis marchas. A tração 4×4 com reduzida conta com diferencial traseiro blocante. O motor menor rende a Ranger a melhor média de consumo urbano segundo o Inmetro: 10,3 km/l, na média rodoviária empada com a S10 em 10,4 km/l
Diferente da S10 e da Hilux, a Ranger utiliza uma caçamba de desenho mais integrada à cabine, com lateral mais alta, sem ganchos de amarração aparentes e com uma maçaneta tradicional para abrir a tampa. A capacidade de carga da picape Ford é a maior da categoria, 1.234 kg. Para ajudar na dirigibilidade com peso, a Ranger conta com exclusivos sensores que calculam a carga e a distribuição de peso na caçamba e usa esses dados para modular a distribuição de força dos freios. Outro assistente eletrônico para o trabalho exclusivo da Ranger é o controle de oscilação do reboque.
Em segurança a Ranger acompanha as rivais, com airbags dianteiros e de joelho para o motorista, controle de tração e estabilidade, controle anticapotamento, controle automático de descidas, assistente de partida em rampa, luz de emergência para freadas bruscas e travamento automático das portas.
Nos itens de conforto a Ranger fica num meio termo entre a espartana Hilux e a bem equipada S10. De série vem com rádio AM/FM com entrada USB e Bluetooth, travas elétricas com acionamento na chave, computador de bordo, console de teto com porta óculos, direção com assistência elétrica, conectividade com o aplicativo FordPass, volante multifuncional, bancos de tecido e pintura vermelho Bari. A pintura Branco Ártico sólida acrescenta R$ 800 ao preço. Os vidros tem acionamento manual, o acionamento elétrico não é oferecido nem como opcional.
Volkswagen Amarok S CS 2.0 TDI 4×4 – R$ 142.845
A Volkswagen fez uma limpa nas versões da Amarok para a linha 2021, mantendo apenas os modelos equipados com o motor 3.0 V6 turbod iesel. Porém os modelos equipados com motor 2.0 diesel continuam sendo ofertados por encomenda para vendas diretas, isso inclui a versão S com cabine simples. O preço usado como referência foi o da tabela Fipe para veículos zero km referente ao mês de abril de 2021, já que o fabricante não divulga mais o modelo em seu site.
A Amarok S usa a versão mais simples do motor 2.0 turbo diesel, com apenas uma turbina e produzindo 140 cv e 34,7 kgfm. A transmissão manual é de seis marchas e a tração é 4×4 com reduzida e bloqueio eletrônico do diferencial traseiro. A caçamba tem desenho que acompanha o da cabine e sem ganchos de amarração igual a Ranger. A capacidade de carga da Amarok de cabine simples é de 1.139 kg. Apesar de ter o motor com o menor deslocamento, o consumo da Amarok S foi o pior da categoria, com média urbana de 7,9 km/l e rodoviária de 8,7 km/l segundo o Inmetro.
Os equipamentos listados a seguir são referentes a linha 2020 pois a VW não divulga detalhes do modelo 2021 ou se houve mudanças. Em segurança a Amarok S oferece o básico, os airbags são duplos conforme é obrigatório por lei, há controles de tração e estabilidade, faróis de neblina, lanterna de neblina, luz de condução diurna, freios ABS com modo fora de estrada, assistente de partida em rampa e controle automático de descida.
O pacote de itens de conforto é simples como o da Hilux, de série vem com ar condicionado, direção hidráulica e desembaçador traseiro. A Amarok é a única picape a oferecer opcionais, que incluem alarme, travas elétricas, vidros elétricos, ajuste elétrico dos retrovisores e rodas de liga leve. O sistema de som é indisponível.