A Marcopolo anunciou seus resultados de 2020. A encarroçadora gaúcha se manteve líder no segmento com 52,7% de participação. Ela também anunciou lucro bruto de quase R$ 600 milhões, apesar dos efeitos da Covid-19
Na cadeia automotiva, o setor de transporte de passageiros foi muito impactado. Com companhias de viagens intermunicipais e interestaduais paradas como medida de contenção da pandemia, tal como o transporte coletivo urbano, a empresa viu seu volume encolher quase 22%.
Em 2020, a produção consolidada da Marcopolo foi de 12.309 unidades. Volume que corresponde a queda 21,8% diante das 15.741 fabricadas no ano anterior. Desse total, 87,5% foram fabricadas no Brasil e as demais 12,5% no exterior. Já as vendas de ônibus e carrocerias para o mercado interno caíram 15,1% na comparação anual, totalizando 8.941 unidades.
“Houve uma interrupção do processo de recuperação de volumes experimentado desde 2018, mas uma queda maior foi evitada com as entregas para o programa federal Caminho da Escola, que respondeu por 38,8% dos nossos volumes vendidos no Brasil. Ao todo, entregamos 3.472 unidades ao programa, sendo 1.447 micro-ônibus, 1.554 urbanos e 471 modelos Volare. O ritmo de entregas deve permanecer no primeiro trimestre de 2021”, afirma José Antonio Valiati, diretor financeiro e de Relações com Investidores da Marcopolo.
Segundo a empresa, o lucro bruto totalizou R$ 595,6 milhões, que corresponde a 16,6% da receita líquida, contra 14,9% em 2019, enquanto o EBITDA alcançou R$ 268,5 milhões em 2020, com margem de 7,5%, contra uma margem de 7,7% (R$ 338 milhões) em 2019.
No entanto, o lucro líquido anotado em 2020 foi bem menor que em 2019. De acordo com a empresa, ele foi de R$ 90,7 milhões, contra um resultado de R$ 212,0 milhões em 2019.
“A melhora da margem bruta é resultado da maior exposição ao mercado externo, aproveitando o câmbio favorável, e dos e processos de otimização de plantas, redução de custos e ganhos de eficiência. O movimento de retração da margem EBITDA e do conjunto de resultados vem como consequência dos efeitos da pandemia sobre a demanda, com uma desalavancagem operacional e ajustes na estrutura”, afirma Valiati.
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